09/10/2017 - 13:45 - 14:40 Apresentações |
16217 - CONHECIMENTO SOBRE LEPTOSPIROSE E O CONSUMO DE RATOS EM UMA COMUNIDADE MOÇAMBICANA LUIZA VELOSO DUTRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA, JOÃO PAULO DANIEL FERNANDES - UNIVERSIDADE LÚRIO, ANA MARIA GONÇALVES VALENTE - UNIVERSIDADE LÚRIO, ORNILA MACUIANE - UNIVERSIDADE LÚRIO
Objetivos: avaliar o conhecimento de famílias residentes em uma comunidade moçambicana sobre a leptospirose e o consumo de ratos.
Métodos: questionário aplicado durante visitas domiciliares às famílias atendidas pelo programa Um Estudante Uma Família da Universidade Lúrio, em Nampula, Moçambique, em abril de 2015.
Resultados: foram visitados 105 domicílios com mediana de 5 (2-10) moradores. Em 84,8% dos domicílios havia água canalizada e em 15,2% poços; 46% afirmaram tratar a água para consumo, sendo 34,1% com cloro e 12,2% com fervura. Destinavam o lixo para a recolha municipal em 35,2% dos domicílios, 37,5% enterravam e 25% jogavam no rio. Considerando o morador entrevistado, 67,6% eram do sexo feminino, 73,8% casados e a idade mediana era de 34 (15-63) anos. Em 94,3% dos domicílios, os moradores afirmaram nunca ter ouvido falar de leptospirose, 72,4% tinham contato com animais, sendo 19,7% ratos, 95,23% notavam presença de roedores no bairro e/ou em casas vizinhas e 81,9% higienizavam os alimentos com água tratada antes de os consumir. Sobre o consumo de ratos, 20% afirmaram consumir quando recolhidos nas matas, destes, 71,4% não sabiam que roedores podem transmitir doença para seres humanos.
Conclusões: estes resultados são sinais de alerta visto a falta de conhecimento da população sobre a leptospirose e seus transmissores e aos hábitos de convívio e de consumo de ratos, típicos da região. Somado a isto, Moçambique tem clima tropical, propício para a leptospirose que é muitas vezes clinicamente indistinguível de outras causas de doenças febris em áreas tropicais, como malária ou dengue.
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