09/10/2017 - 13:45 - 14:40 Apresentações |
16724 - A EXPOSIÇÃO À VIOLÊNCIA NO TRABALHO E OS IMPACTOS NA PRÁTICA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA. THAIS FONSECA LIMA - DEPARTAMENTO DE MEDICINA PREVENTIVA FMUSP, ANDRÉA TENÓRIO CORREIA DA SILVA - DEPARTAMENTO DE MEDICINA PREVENTIVA - FMUSP E FACULDADE DE MEDICINA SANTA MARCELINA – FASM, PAULO ROSSI MENEZES - DEPARTAMENTO DE MEDICINA PREVENTIVA - FMUSP, MARIA FERNANDA TOURINHO PERES - DEPARTAMENTO DE MEDICINA PREVENTIVA - FMUSP
Objetivos: estimar a prevalência da exposição à violência no trabalho e investigar as associações com as alterações nas práticas profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS). Método: analisamos os dados do pesquisa PANDORA-SP (n=2.940), estudo transversal que investigou profissionais da estratégia saúde da família (médico, enfermeiro, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde) no município de São Paulo. Utilizamos a regressão de Poisson para cálculo da Razão de Prevalência. Resultados: 57,8% dos participantes referiram exposição à violência no trabalho nos últimos 12 meses, desses 17% relataram ter sido vítimas direta e indireta de violência. A exposição à violência no trabalho foi associado às seguintes alterações na prática profissional: (1) deixar de realizar visita domiciliar (RPaj=2,98;IC95%2,40-3,69);(2) deixar de circular pelo território (RPaj=4,23;IC95% 3,15-5,67);(3) deixar de abordar temas em saúde (RPaj=2,66;IC95%1,99-3,55); (4) deixar de seguir a sequência de pacientes agendados (RPaj=4,73;IC95%2,78-8,05); (5) deixar de notificar casos de violência (RPaj= 3,00;IC95%2,22-4,04). A magnitude dessas associações aumentou com o acúmulo das exposições. Conclusão: nossos resultados trazem impacto para a população assistida pelos trabalhadores da APS e para os gestores, uma vez que revelam o quanto a violência pode descaracterizar o trabalho na APS, podendo inviabilizar práticas relacionadas à acessibilidade, à integralidade e à longitudinalidade do cuidado, princípios essenciais da APS. Estratégias para mitigar à exposição à violência no trabalho e suas repercussões para os trabalhadores e para a população assistida devem ser consideradas prioridades pelos gestores.
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