10/10/2017 - 13:45 - 14:40 Apresentações |
13227 - DENSIDADE RACIAL E AS CONDIÇÕES DE VIDA E SAÚDE NAS CIDADES BRASILEIRAS EM 2000 E 2010 BRUNO LUCIANO CARNEIRO ALVES DE OLIVEIRA - UFMA, RONIR RAGGIO LUIZ - UFRJ
Objetivos: Este estudo propõe categorias de densidade racial para as cidades brasileiras e identifica segundo essas categorias as condições de vida e saúde no país nos anos dos censos demográficos 2000 e 2010.
Métodos: Trata-se de estudo ecológico em que a informação de cor/raça nos dois últimos censos foi usada para calcular a densidade racial (proporção de pessoas do mesmo grupo racial) das cidades em cada ano. Criaram-se quatro categorias de densidade racial (Branca, Mistos, mas com maioria branca, Mistos, mas com maioria negra e Parda). Para quais, em ambos os anos, foram descritos indicadores socioeconômicos, demográficos e de saúde.
Resultados: Verificou-se que as categorias de densidade étnica captaram desigualdades socioeconômicas, estruturais e em saúde ao longo dos censos e apontaram a permanência de piores condições materiais de vida, saúde e qualidade de vida nos contextos formandos por pardos e mistos, mas com maioria negra e, melhores onde predominaram brancos. As cidades com maiores proporções de pardos e de mistos, mas com maioria negra, em relação aos demais, apresentam nos dois censos defasagem temporal importante caracterizada por estrutura etária mais jovem, piores índices de desenvolvimento humano, maior vulnerabilidade social e concentração de renda, maiores taxas de mortalidade infantil e prematura (<65 anos) e menor expectativa de vida de seus moradores.
Conclusões: Observou-se importante padrão de distribuição racial entre as cidades brasileiras e que as categorias de densidade racial são proxies da privação e deteriorização das condições matérias de vida e saúde que ocorrem no interior das cidades do país.
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