10/10/2017 - 13:45 - 14:40 Apresentações |
15218 - FATORES ASSOCIADOS À RELAÇÃO INVERSA OBSERVADA ENTRE ESCOLARIDADE E QUALIDADE DA REFEIÇÃO BARTIRA MENDES GORGULHO - DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO; FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, DANIEL HENRIQUE BANDONI - DEPARTAMENTO DE SAÚDE, CLÍNICA E INSTITUIÇÕES; INSTITUTO DE SAÚDE E SOCIEDADE; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, DIRCE MARIA MARCHIONI - DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO; FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Objetivo. Avaliar a qualidade do almoço dos brasileiros de acordo com a escolaridade; considerando a renda e o local de preparo das refeições. Métodos. Dados de consumo alimentar individual de 19.945 adultos (≥19 anos) representativos da população urbana brasileira (INA-2008/09). Para avaliar a qualidade do almoço aplicou-se o Índice de Qualidade da Principal Refeição, que resulta em escore de 100 pontos. A associação entre a qualidade do almoço e a renda per capita (≤2/>2 salários mínimos) e o local de preparação da refeição (dentro/fora de casa) -ajustada por sexo, idade e energia- foi estimada através de modelos de regressão linear. Todas as análises foram estratificadas pelo número de anos de estudo (≤8/>8 anos). Resultados. Os escores médios da qualidade do almoço foram 59 pontos (SE0.32) entre os adultos com menor escolaridade e 56 pontos (SE0.41) entre os adultos com maior escolaridade. Indivíduos com maior escolaridade apresentaram maior consumo de frutas (p=0.002), verduras e legumes (p=0.02), acompanhado do maior consumo de proteínas de origem animal (p=0.04), gordura total (p<0.001), gordura saturada (p<0.001), bebidas açucaradas e sobremesas (p<0.001). Entre os indivíduos menor escolaridade, almoços preparados fora de casa (β-2.45;p=0.007) associaram-se negativamente com a qualidade da refeição; enquanto que, entre os indivíduos com maior escolaridade, a qualidade nutricional esteve negativamente associada com a renda >2 salários mínimos (β-2.02;p=0.010). Conclusões. Renda e local de preparo da refeição parecem impactar distintamente entre indivíduos com maior e menor escolaridade. Apesar de consumirem mais alimentos saudáveis, indivíduos com maior escolaridade parecem também consumir mais alimentos não saudáveis.
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