10/10/2017 - 13:45 - 14:40 Apresentações |
16134 - O DRAMA EPIDÊMICO MIDIÁTICO DA DENGUE E H1N1 NO ESPÍRITO SANTO ALINE GUIO CAVACA - UFES, EDSON THEODORO DOS SANTOS-NETO - UFES, MICHELE NACIF ANTUNES - UFES, ADAUTO EMMERICH - UFES, JANINE MIRANDA CARDOSO - ICICT-FIOCRUZ
Objetivo: Analisar as epidemias de H1N1 e dengue na mídia impressa do Espírito Santo (ES), no período de 2007 a 2010. Métodos: Foram coletadas todas as matérias que abordavam a dengue e H1N1, no período de estudo, no periódico A Tribuna. Foi realizada uma análise quantitativa das matérias em relação às suas características editoriais, à distribuição temporal e à relação com o número de casos notificados e mortes pelas respectivas patologias. Além disso, foram coletados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação os números de óbitos e notificações por mês e semana epidemiológica. Resultados: Em relação à dengue, foram registradas 1870 matérias, 87922 notificações e 18 mortes no período. Já a ocorrência de H1N1 foi de 411 notícias, 519 notificações e 15 mortes. Houve diferença estatisticamente significante nas representações entre dengue e H1N1 na mídia impressa quanto à chamada na capa (p-valor<0,001), às editorias (p-valor<0,001), ao espaço editorial (p-valor<0,001) e ao tipo de matéria opinativa (p-valor<0,001). Além disso, correlação estatística entre o número de mortes, notificações e notícias de dengue (p-valor<5%). Quanto ao H1N1, não houve correlação estatística significante entre o número de óbitos mortes e o total de notícias. Conclusões: percebe-se que a quantidade de casos notificados influencia diretamente na midiatização das doenças estudadas, entretanto, no que tange ao H1N1, houve uma extrema valorização midiática, mesmo com baixa letalidade no ES. Assim, entende-se que as epidemias contemporâneas representam eventos agudos complexos que põem em cena percepções de risco e elevam exponencialmente as tensões, amplificadas por veiculações midiáticas.
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