10/10/2017 - 13:45 - 14:40 Apresentações |
16883 - INIQUIDADE NA DISTRIBUIÇÃO DE LEITOS DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) NO RIO DE JANEIRO: IMPACTO NA MORTALIDADE POR SARI JORGE ANDRÉ MARQUES BRAVO, MD, MSC - INCA, ROMEU FERREIRA EMYGDIO, MSC - IBGE, JOSÉ ANTÔNIO SENA DO NASCIMENTO, PHD - IBGE, FERNANDO AUGUSTO BOZZA, PHD - LABORATÓRIO DE PESQUISA CLÍNICA EM MEDICINA INTENSIVA/INSTITUTO NACIONAL DE INFECTOLOGIA (INI), FIOCRUZ, SANDRO JAVIER BEDOYA PACHECO, MD, PHD - DEPARTAMENTO DE EPIDEMIOLOGIA E MÉTODOS QUANTITATIVOS EM SAÚDE (DEMQS)/ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA (ENSP), FIOCRUZ
Objetivos: Embora nestas duas últimas décadas o país tenha investido em políticas públicas na assistência em saúde, enormes disparidades permanecem no sistema de alta complexidade. Este estudo analisa a distribuição geográfica dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) adulta para doenças agudas e o seu impacto na Mortalidade por Infecções Respiratórias Agudas Graves (SARI) no Município do Rio de Janeiro/2014.
Métodos: Extraíram-se dados das bases do CNES, IBGE e SIH. Construímos indicadores de cobertura, mapas geográficos e diagramas de Voronoi. Analises de regressão foram conduzidas para correlacionar a mortalidade por SARI e a cobertura de leitos de UTI.
Resultados: A distribuição dos serviços de terapia intensiva mostrou-se extremamente desigual. Os maiores coeficientes de cobertura estão nas áreas economicamente favorecidas. A zona Sul, de maior poder aquisitivo, apresenta um coeficiente de leitos de UTI por 100.000/hab. superior (63,9) às zonas Oeste e Norte (23,3 e 35,7), de menor poder aquisitivo. A oferta de leitos de UTI do setor público é muito inferior (entre 4 e 14 por 100.000/hab.). Em todas as regiões do município a maior concentração de leitos de UTI se encontra nos hospitais privados (74%). Há forte correlação inversa (r = -0,829; IC95% -0,602 a -0,966) entre o número de leitos de UTI e mortalidade por SARI no setor público.
Conclusões: Estes resultados apontam para a necessidade de aumentar o investimento no sistema de saúde de alta complexidade público, com o fim de se alcançar uma distribuição mais racional e equitativa, bem como diminuir o impacto na mortalidade.
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