10/10/2017 - 13:45 - 14:40 Apresentações |
17308 - ESTUPRO E FATORES ASSOCIADOS ENTRE TRAVESTIS E MULHERES TRANSEXUAIS EM SALVADOR-BA INÊS DOURADO - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA/UFBA, LAIO MAGNO - UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA, DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA, FÁBIO ALVES DOS SANTOS LIMA - UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA, DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA, LUIS AUGUSTO VASCONCELOS DA SILVA - INSTITUTO DE HUMANIDADES, ARTES & CIÊNCIAS PROFESSOR MILTON SANTOS/UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, SANDRA BRIGNOL - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA/UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, GRUPO POPTRANS - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA/UFBA
Objetivo: Analisar a prevalência de estupro e fatores associados entre travestis e mulheres transexuais (TrMT). Metodologia: Inquérito epidemiológico de corte transversal que coletou dados entre 2014 e 2015, na cidade de Salvador-Bahia. As 127 TrMT foram recrutadas via amostragem dirigida pelo participante (RDS). Análises descritiva, bivariada e multivariada foram ponderadas pelo inverso do tamanho da rede de contato social das participantes. A variável “histórico de estupro” (estupro) foi definida pela pergunta: “você já sofreu estupro na vida?”. Resultados: A prevalência de estupro foi de 28,5% (IC 95%: 20,5-3,65). As características sociodemográficas das participantes foram: travesti (46,2%), mulheres transexuais (53,8%), idade acima de 25 anos (57,1%), pretas ou pardas (80,4%) e renda > R$ 900 (54%). As TrMT relataram altos níveis de agressão: física (63,1%), verbal (91,2%) e perpetrada pela polícia (53,6%); e de discriminação: vizinhos (76,4%); policiais ou seguranças (67,5%), amigos (50,2%) e pela própria família (57,5%). Os fatores que se associaram ao estupro foram: ter sido discriminada pelos vizinhos (ORaj=8,29; IC 95%: 1.40-48,85) e sexo anal desprotegido com parceiros comerciais (ORaj=16,0; IC 95%: 3,33-77,10). Conclusão: Identificou-se alta prevalência de estupro entre as TrMT em comparação com dados dos Estados Unidos. E também foram elevadas as taxas de agressão, comparado com outros estudos. Observou-se que o estigma social, manifestado através da discriminação, pode ser um determinante importante para a violência sexual contra as TrMT, assim como para comportamentos sexuais de risco para infecções sexualmente transmissíveis (IST). É fundamental o combate à discriminação e à violência como uma forma de promoção da saúde desta população.
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