11/10/2017 - 13:35 - 14:15 Apresentações |
19713 - DESIGUALDADES SOCIODEMOGRÁFICAS NO CONSUMO DE PRODUTOS ULTRAPROCESSADOS NO SUL DO BRASIL. SILVIA GISELLE IBARRA OZCARIZ - UFSC, KATIA JAKOVLJEVIC PUDLA - UFSC, ANA PAULA BORTOLETTO MARTINS - USP, MARCO AURÉLIO PÉRES - UNIVERSITY OF ADELAIDE, DAVID ALEJANDRO GONZÁLEZ - UNIVERSITY OF ADELAIDE
Objetivo: Globalmente, a participação de produtos ultraprocessados (PUP) na alimentação aumentou nas últimas décadas. O presente estudo descreve a distribuição do consumo de PUP segundo características sociodemográficas no sul do Brasil. Além disso, investiga os subgrupos
mais consumidos nos diversos estratos.
Métodos: Análise transversal da segunda onda de uma coorte de base populacional de 1.720 adultos (estudo EpiFloripa). O consumo calórico habitual e o percentual de participação calórica (%PC) de PUP na dieta foram estimados mediante dois recordatórios alimentares de 24 horas
(ajustado pela variabilidade intra e interindividual). Os dados foram analisados conforme sexo, idade, estado civil, escolaridade e renda familiar. Modelos de regressão linear foram usados para estimar as médias ajustadas.
Resultados: Foram obtidos dados de consumo de 1.206 adultos (70,1% da coorte original). O consumo médio de PUP foi maior nos homens (829,6 kcal vs. 694,3 kcal; P<0,001), mas o %PC foi maior nas mulheres (34.7% vs. 39.3%; P<0.001), mesmo após ajuste para variáveis sociodemográficas. No modelo completo incluindo todas as variáveis sociodemográficas o %PC esteve inversamente associado à idade (diferença entre categorias extremas -7,1 pp; IC95% -7.7; -6.5) e diretamente associado à escolaridade (diferença entre categorias extremas 6,3 pp; IC95% 5,5;7,1). Os subgrupos de PUP que mais contribuíram nas diferenças observadas foram pães processados, fastfoods, tortas e doces industrializados.
Conclusões: Os PUP representam um terço das calorias consumidas habitualmente, sendo as mulheres, os indivíduos jovens e com melhor escolaridade os grupos mais vulneráveis.
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