09/10/2017 - 13:45 - 14:40 Epidemiologia das violências |
17353 - HOMICÍDIOS DE MULHERES NAS DISTINTAS REGIÕES BRASILEIRAS NOS ÚLTIMOS 35 ANOS: ANÁLISE DO EFEITO DA IDADE-PERÍODO E COORTE DE NASCIMENTO EDINILSA RAMOS SOUZA - CLAVES/FIOCRUZ, KARINA CARDOSO MEIRA - UFRN, ADALGISA PEIXOTO RIBEIRO - CLAVES/FIOCRUZ, JULIANO DOS SANTOS - INCA, RAPHAEL MENDONÇA GUIMARÃES - EPSJ/FIOCRUZ, LAIANE FELIX BORGES - UFRN, LANNUZYA VERÍSSIMO E OLIVEIRA - UFRN, AUZENDA CONCEIÇÃO PARREIRA DE ASSIS - UFRN, TAYNÃNA CÉSAR SIMÕES - CPQRR/FIOCRUZ
Objetivo: analisar o efeito da idade-período e coorte de nascimento (APC) nos homicídios, em mulheres nas regiões geográficas brasileiras, no período de 1980 a 2014.
Método: Estudo ecológico, que analisou os registros de óbitos por agressão em mulheres entre 10 a mais anos, nas regiões geográficas brasileiras, entre 1980 a 2014. Os dados sobre óbitos por agressão e evento cuja intenção é indeterminada foram extraídos do Sistema de Informação Sobre Mortalidade. A análise da tendência se deu por meio da regressão binomial negativa e os efeitos APC foram analisados utilizando funções estimáveis. Foram considerados estatisticamente significativos valores de p≤0,05.
Resultados: As maiores taxas de mortalidade médias padronizadas, por 100 mil mulheres, foram observadas sendo as maiores taxas observadas na região Centro-Oeste (7,98), Sudeste (4,78), Norte (4,77), Nordeste (4,05) e Sul (3,82). Em relação ao efeito do período, verificou-se redução do risco de morte no quinquênio de 2010 a 2014, exceto, na região Nordeste (RR=1,06, IC 95% 1,02- 1,10). Ainda, observou-se aumento progressivo do risco de homicídio para as mulheres nascidas após a década de 1960, em todas as regiões brasileiras (p≤0,05). Destaca-se que no período em análise houve melhora na qualidade da informação, com redução na tendência de mortalidade por registros classificados como evento cuja intenção é indeterminada, exceto nas regiões Nordeste e Sudeste.
Conclusões: Evidenciou-se aumento progressivo do risco de morte por este evento, sobretudo para mulheres nascidas em 2000-2004.Tal realidade sinaliza para a falta de efetividade das políticas implementadas no que diz respeito à proteção das mulheres em situação de violência.
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