10/10/2017 - 13:45 - 14:40 Saúde do trabalhador |
19467 - COTININA URINÁRIA EM FUMICULTORES DO SUL DO BRASIL ANACLAUDIA GASTAL FASSA - UFPEL, NADIA SPADA FIORI - UFPEL, RODRIGO DALKE MEUCCI - FURG, MARIA LAURA VIDAL CARRET - UFPEL, NEICE MÜLLER XAVIER FARIA - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE BENTO GONÇALVES - RS
Objetivos: Altos níveis de cotinina têm sido relacionados à ocorrência da doença da folha do tabaco verde (DFV), porém a exposição crônica à nicotina desenvolve tolerância. O objetivo deste estudo é descrever os níveis de cotinina urinária nos produtores de tabaco.
Métodos: Realizou-se um estudo transversal em 2570 produtores de tabaco. Todos os participantes que relatam DFV na semana anterior à entrevista e uma subamostra de 492 aplicadores de pesticidas foram incluídos. Foram coletadas amostras urinárias e informações sobre características sócio-demográficas, comportamentais, dietéticas, ocupacionais e intoxicação por pesticidas durante a vida. A estratificação por sexo e tabagismo foi realizada e os testes não paramétricos de Wilcoxon e Kruskal-Wallis foram utilizados para analisar as médias de cotinina.
Resultados: Foram analisados 582 indivíduos. Não houve diferença nas médias de cotinina urinária entre indivíduos sintomáticos e assintomáticos. Entre os não-fumantes, colher tabaco na semana anterior associou-se a maiores médias de cotinina em ambos os sexos. Os níveis de cotinina foram maiores no primeiro dia de sintomas e reduziram exponencialmente com cada dia em mulheres não-fumantes. Os homens não-fumantes tiveram níveis mais elevados no segundo dia e a redução foi mais gradual. O nível de cotinina subiu até o consumo de 15 cigarros/dia.
Conclusão: A cotinina urinária mede a exposição à nicotina até seu ponto de saturação; enquanto a DFV, afetada pela tolerância, indica intoxicação por nicotina. Estratégias para reduzir a exposição à nicotina na produção de tabaco são necessárias. Futuros estudos devem avaliar o efeito crônico da exposição à nicotina.
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