09/10/2017 - 08:30 - 09:50 Saúde do adolescente |
16057 - DEPRESSÃO MATERNA E VITIMIZAÇÃO POR BULLYING ENTRE ADOLESCENTES: RESULTADOS DA COORTE DE NASCIMENTOS DE PELOTAS DE 2004. CATARINA MACHADO AZEREDO - UFU, INÁ S. SANTOS - UFPEL, ALUÍSIO J.D. BARROS - UFPEL, FERNANDO C. BARROS - UFPEL, ALICIA MATIJASEVICH - USP
Objetivo: Avaliar a associação entre depressão materna durante a gestação, trajetórias de depressão pós-natal e depressão materna atual e a vitimização por bullying dos filhos, na adolescência.
Métodos: Avaliou-se 3.441 adolescentes de 11 anos de idade, originários da coorte de nascimentos de Pelotas de 2004. Os sintomas depressivos na gestação, as trajetórias de depressão pós-natal e os dados de depressão materna atual foram avaliados durante as ondas de seguimento. A vitimização por bullying foi auto-relatada pelos adolescentes aos 11 anos de idade, referente aos últimos 30 dias e classificada em “nunca”, “uma vez” e “mais de uma vez”. Utilizou-se a regressão logística ordinal para estimar Odds Ratio (OR) e os intervalos de confiança de 95% (ICs) das associações.
Resultados: O bullying verbal foi o mais prevalente (37,9%). Os sintomas depressivos na gestação se associaram ao bullying físico (OR= 1,30, IC95%= 1,11-1,53), verbal (OR=1,29, IC95%=1,12-1,49) e qualquer bullying (OR= 1,22, IC95%=1,05 -1,41). A depressão materna atual grave se associou ao bullying físico (OR=1,34, IC95%=1,10-1,62), manipulação social (OR=1,29, IC95%=1,08-1,53), ataques à propriedade (OR=1,30, IC95%=1,08-1,57) e qualquer bullying (OR=1,32, IC95%=1,12-1,56). As trajetórias de depressão materna se associaram ao bullying físico, manipulação social, ataques à propriedade e qualquer bullying, apresentando um gradiente do grupo ‘moderado-baixo’ para o grupo ‘crônico-alto’.
Conclusões: Nossos resultados reforçam a evidência de associação entre depressão materna e vitimização por bullying nos filhos, e a vitimização física parece ser o principal componente. Outros estudos são necessários para confirmar os nossos achados e para explorar os caminhos teóricos desta associação longitudinal.
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