09/10/2017 - 16:50 - 18:10 Saúde da população LGBTQIA 1 |
19711 - ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE POR TRAVESTIS E TRANSEXUAIS RESIDENTES NO ESTADO DE SÃO PAULO OTÁVIO LOPES RIBEIRO FIOROTTO - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO, GUSTAVO HIDEKI ORIKASA - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO, GUSTAVO SANTA ROZA SAGGESE - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO, ALINE BORGES MOREIRA DA ROCHA - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO, THIAGO PESTANA PINTO - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO, BRUNA ROBBA LARA REDOSCHI - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO, MARIA AMÉLIA DE SOUSA MASCENA VERAS - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO
Objetivos: Caracterizar o acesso e os tipos de serviços de saúde utilizados por travestis e transexuais no estado de São Paulo.
Métodos: Estudo transversal realizado com dados do Projeto Muriel que entrevistou transexuais e travestis com 16 anos ou mais em sete municípios do estado de São Paulo. As participantes foram recrutadas por meio de amostra consecutiva combinada com técnica “bola-de-neve” e entrevistadas em serviços de assistência social e de saúde. Foram realizadas estatísticas descritivas e os dados apresentados em frequência simples e percentuais.
Resultados: Das 673 entrevistadas, 59,01%(n=396) faziam algum acompanhamento em serviços de saúde, das quais 96,67%(n=348) no SUS. Dentre as participantes acompanhadas, 54,94%(n=217) recebiam tratamento para HIV ou outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), 22,53%(n=89) estavam no processo transexualizador e 7,34%(n=29) em tratamento psiquiátrico e por uso de drogas. Considerando os níveis de atenção à saúde, 13,06%(n=47) eram assistidas pelo setor primário e 78,06%(n=281) por serviços secundários. 43,24%(n=291) relataram ter sofrido discriminação em serviços de saúde.
Conclusões: A maioria da população de transexuais e travestis depende exclusivamente do SUS e seu acesso aos serviços de saúde acontece principalmente em níveis especializados de atenção, tornando suas demandas muitas vezes restritas às IST e ao processo transexualizador. A atenção primária à saúde, porta de entrada preferencial ao SUS, demonstra dificuldade de acolher esse grupo, o que pode resultar, por exemplo, em episódios de discriminação, acentuando vulnerabilidades. Esse contexto evidencia a importância de sensibilizar e preparar os serviços de saúde em seus diferentes níveis de atenção.
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