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10/10/2017 - 08:30 - 09:50
Saúde da população LGBTQIA 2

19821 - VIOLÊNCIA POLICIAL CONTRA TRAVESTIS E MULHERES TRANSEXUAIS NO ESTADO DE SÃO PAULO
THIAGO PESTANA PINTO - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO (FCMSCSP), CLÁUDIA RENATA DOS SANTOS BARROS - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS (UNISANTOS), LUIZ FABIO ALVES DE DEUS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS (UFPEL), LUCA FASCIOLO MASCHIÃO - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO (FCMSCSP), IGOR PRADO GENEROSO - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO (FCMSCSP), ALINE BORGES MOREIRA DA ROCHA - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO (FCMSCSP), OTÁVIO LOPES RIBEIRO FIOROTTO - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO (FCMSCSP), MARIA AMÉLIA DE SOUSA MASCENA VERAS - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO (FCMSCSP)


Objetivo: Estimar a prevalência e analisar os fatores associados à violência policial contra travestis e mulheres transexuais residentes no estado de São Paulo (SP).
Método: Estudo transversal utilizando dados coletados pelo Projeto Muriel que abordou questões sobre vulnerabilidades, demandas de saúde e acesso a serviços da população de travestis e transexuais em sete municípios de SP. Por meio de amostra consecutiva e técnica “bola de neve” as participantes foram selecionadas e entrevistadas em serviços de saúde e de assistência social. A variável dependente foi o relato de episódio de violência policial e as independentes foram as sociodemográficas e relativas ao trabalho. As Razões de Prevalência bruta (RP) e ajustada (RPa) foram obtidas por meio da regressão de Poisson com variância robusta.
Resultados: A média de idade das 614 pessoas analisadas neste estudo foi de 32 anos (DP 9,88). A prevalência de violência policial foi de 52,5% (IC95%: 48,5-56,4). No modelo múltiplo foram positivamente associados ao desfecho: exercer a prostituição (RPa 1,21; IC95%: 1,03-1,45), escolaridade menor que o ensino médio (RPa:1,22; IC95%: 1,02-1,46), raça/cor não branca (RPa 1,24; IC95%: 1,04-1,48) e ter mudado de cidade de nascimento por rejeição da família ou comunidade (RPa 1,34; IC95%: 1,10-1,64).
Conclusão: Travestis e mulheres transexuais, em decorrência de sua identidade de gênero, vivenciam um amplo espectro de violências cotidianamente. A alta prevalência de violência policial e sua associação com fatores de vulnerabilidade mostra-se preocupante e desafiadora em razão do Estado, por meio da polícia, agir como perpetrador de violência e sofrimento contra essa população.


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