10/10/2017 - 16:50 - 18:10 Epidemiologia do HIV/AIDS 1 |
17083 - AS DIFERENTES EPIDEMIAS DE AIDS NO BRASIL: UMA COMPARAÇÃO DE DUAS CIDADES BRASILEIRAS FLÁVIA BULEGON PILECCO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, REGINA MARIA BARBOSA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, ADRIANA DE ARAÚJO PINHO - INSTITUTO OSWALDO CRUZ, DANIELA RIVA KNAUTH - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Objetivo: Descrever variáveis relativas ao diagnóstico e tratamento de mulheres vivendo com HIV/AIDS (MVHA), comparando Porto Alegre (POA) e São Paulo (SP). Métodos: Os dados advém de dois estudos transversais desenvolvidos em POA e SP, com MVHA. Os dois locais foram comparados através do teste de qui quadrado, considerando pesos amostrais e desenho de estudo. Regressão logística ajustada pelo tempo de diagnóstico foi realizada para confirmar a diferença no que tange ao tratamento. Resultados: Foram entrevistadas 684 mulheres em POA e 962 em SP. As portoalegrenses eram mais jovens, brancas, com menor escolaridade e mais filhos que as paulistanas. Em POA, o diagnóstico aconteceu em idades mais avançadas (23,6% x 18,7% após 35 anos;p=0,003) e mais recentemente que em SP (41,0% vs. 28,5% nos últimos cinco anos;p<0,001). A razão mais frequente para a testagem foi o pré-natal em ambos os lugares, embora observa-se diferença quanto à testagem ocasionada pelo adoecimento do parceiro (11,4% em POA e 23,4% em SP) e pelo próprio adoecimento (17,9 x 22,1%, respectivamente) (p<0,001). O não uso de terapia antiretroviral foi relatado por 23,8% das portoalegrenses e 12,9% das paulistanas (p<0,001), diferença confirmada após ajuste para o tempo pós-diagnóstico (OR 2,28;IC95% 1,74-2,98). Conclusão: O perfil sociodemográfico e as características relacionadas ao diagnóstico e tratamento reforçam a hipótese de que existem duas epidemias no Brasil. Em POA, as mulheres têm um perfil de maior vulnerabilidade. O diagnóstico mais recente pode indicar tanto que a mulher se infectou há menos tempo, quanto que recebeu um diagnóstico tardio.
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