11/10/2017 - 08:30 - 09:50 Saúde da população negra |
19333 - DESIGUALDADE RACIAL NOS DESFECHOS PERINATAIS EM SÃO LUÍS - MA JESSICA MAGALHÃES FONSECA - UFMA, ANTÔNIO AUGUSTO MOURA DA SILVA - UFMA, ROSÂNGELA FERNANDES LUCENA BATISTA - UFMA, MARCO ANTONIO BARBIERI - USP, HELOÍSA BETTIOL - USP
Objetivo: Estimar e comparar a desigualdade racial na taxa de baixo peso ao nascer (BPN), nascimento pré-termo e restrição de crescimento intrauterino (RCIU) na cidade de São Luís - MA. Métodos: Dados obtidos do estudo de coorte de nascimento realizado em São Luís - MA, cujas mães foram entrevistadas no período de janeiro a dezembro de 2010. Entrevistaram-se mães de 5064 crianças. As variáveis cor de pele materna, escolaridade materna, renda familiar, classificação econômica Brasil, ocupação do chefe da família e data do último período menstrual foram coletadas a partir de questionários aplicados ao nascimento. Na análise estatística utilizou-se o teste qui-quadrado e regressão logística com o nível de significância de P <0.05. Resultados: As taxas de BPN, nascimento pré-termo e RCIU não apresentaram diferenças estatisticamente significantes entre as mães brancas (7,2%, 10,3% e 9,0%), pardas (7,6%, 12,0% e 11,5%) e negras (7,8%, 12,6% e 9,4%). Cor da pele não se mostrou fator de risco para BPN (P = 0.882), nascimento pré-termo (P = 0.451) e RCIU (P = 0.172), mesmo após ajuste pelas variáveis socioeconômicas. Cor da pele preta e parda foi associada a menor escolaridade materna (P <=0.001), menor renda familiar, classificação econômica D e E e ocupação do chefe da família de menor qualificação (P< 0.001). Conclusões: A não detecção de desigualdade racial nestes desfechos perinatais pode estar refletindo melhor acesso aos serviços de saúde por parte das mulheres pardas e negras ou talvez a existência de maior tolerância racial da sociedade em questão.
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